VI SBPG

Apresentação

Há 11 anos acontecia, no Rio de Janeiro, o I Simpósio de Patrimônio Geológico (SBPG). O evento veio coroar experiências pioneiras em relação à divulgação de geociências e à valorização do patrimônio geológico no nosso país, como a apresentação da Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP), criada em 1997, e o Projeto Caminhos Geológicos, que teve início em 2001. Após a inclusão da sessão de Patrimônio Geológico e Geoturismo no Congresso Brasileiro de Geologia, em 2004, a comunidade científica abriu-se gradualmente a estes temas tão fortemente ligados à sociedade e que cada vez mais tornam-se importantes para a preservação da memória geológica local. Seguiram-se quatro eventos nos anos subsequentes, nos quais os temas referentes à Geoconservação têm sido discutidos em toda a sua amplitude.

Logomarca do I Simpósio Brasileiro de Patrimônio Geológico

Em 2022, o estado de São Paulo recebe o VI SBPG e tem a missão de fazer com que a comemoração da trajetória de sucesso do evento seja plena, que reflita as conquistas e que traga perspectivas a toda a bagagem acumulada durante todo esse tempo. Inicialmente previsto para 2021, ano em que se comemorou os 10 anos da primeira edição com um evento especial organizado pela AGeoBR, o VI SBPG terá, como tema central, “Conservação da geodiversidade e do patrimônio geológico: nosso legado para as futuras gerações”. Estas ideias trazem consigo um sentimento comum, que é a necessidade de reconectar as pessoas com o meio natural e fazer com que os desafios em relação a questões prementes relacionadas à conservação da natureza sejam encarados.

logo do 6º sbpg
Logomarca escolhida para o VI Simpósio Brasileiro de Patrimônio Geológico

Pela primeira vez, o logotipo do evento foi escolhido com a participação dos membros da Associação Brasileira de Defesa do Patrimônio Geológico e Mineiro (AGeoBR) que tem se fortalecido ao longo dos anos. Como Presidente de Honra, o Dr. Carlos Schobbenhaus, do Serviço Geológico do Brasil, recebe a homenagem de todos que há tanto tempo trabalham pela geoconservação no país. O evento também traz preocupações com relação à representatividade de gênero e contexto geográfico dos diversos participantes convidados, colocando-se lado a lado com as políticas de equidade que vêm permeando eventos no mundo inteiro. Além disso, as práticas sustentáveis darão o tom no que concerne à reutilização e à reciclagem de materiais.

A escolha de São Paulo para sediar o VI SBPG vem num momento em que os movimentos de conservação da natureza sofrem ataques constantes. No estado mais industrializado do país, cerca de 96% da população vive em áreas urbanas e seu interior é ocupado por extensas atividades de agronegócio que exigem um amplo sistema de serviços e uma intrincada rede rodoviária. Na Região Metropolitana de São Paulo, mais de 20 milhões de pessoas convivem com drásticas modificações do meio físico, o que torna a conservação da natureza uma tarefa árdua e complexa.

Redução da cobertura florestal no estado de São Paulo

Apesar disso, há muita história para contar em termos de conservação do patrimônio geológico. As iniciativas remontam aos anos 1970, com o tombamento de uma pedreira de Varvito, em Itu. Mais tarde, o local viria a se tornar o Parque Geológico do Varvito que, juntamente com o Parque da Rocha Moutonnée, em Salto, formam os pilares históricos da geoconservação no estado. A preocupação com a salvaguarda legal de monumentos geológicos importantes culminou com a criação da Seção de Monumentos Geológicos, em 1986, e do Conselho Estadual de Monumentos Geológicos (CoMGeo-SP), vinculados ao Instituto Geológico.

Detalhe do varvito no Parque Geológico do Varvito, em Itu, interior de São Paulo

Atualmente várias iniciativas de reconhecimento, de conservação e de uso sustentável da geodiversidade e do patrimônio geológico existem no estado. São três projetos de geoparques: Ciclo do Ouro, em Guarulhos, Alto Vale do Ribeira, no sul do estado, e Corumbataí, na região da bacia homônima. São 14 geossítios publicados na SIGEP, 7 Monumentos Geológicos reconhecidos pelo CoMGeo-SP, mais de 140 geossítios reconhecidos no inventário estadual e 5 geossítios inseridos oficialmente em unidades de conservação.

No âmbito do geoturismo, há vários roteiros geoturísticos em sítios naturais e urbanos, cemiteriais e eclesiásticos, além de museus de geociências e de paleontologia. Vários destes locais têm sido utilizados para a realização de passeios geológicos virtuais interativos, repletos de informações sobre geodiversidade, geopatrimônio, história e cultura.

Theatro Municipal
Fachada do Theatro Municipal
Detalhe da Catedral Metropolitana
Detalhe da Catedral Metropolitana de São Paulo, conhecida como Catedral da Sé

Destacam-se também as iniciativas de educação em geociências, realizadas por meio de diálogos conjuntos com a comunidade por meio de metodologias participativas e colaborativas. Isso traz um novo olhar para os processos de ensino e aprendizagem de geociências em ambientes formais e não formais.

E, além disso tudo, São Paulo tem cultura, gastronomia, música e arte e está sempre aberta a todos os povos do Brasil e do mundo.

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Apresentação de concerto na Sala São Paulo
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Grafite com Einstein na bicicleta, do artista paulistano Eduardo Kobra
Esperamos por vocês em São Paulo!